A cogeração de energia é uma solução cada vez mais utilizada pelo setor sucroalcooleiro. A tecnologia consiste na geração conjunta de energia elétrica e térmica a partir da queima de biomassa.
A cogeração é uma alternativa mais eficiente do que a geração convencional, pois o calor gerado é aproveitado para produzir vapor que, por sua vez, é utilizado no processo produtivo.
A cogeração de energia traz diversos benefícios para o setor sucroalcooleiro, como a redução dos custos, a melhoria da eficiência produtiva e a redução das emissões de CO2.
Além disso, a cogeração permite que as usinas sejam autossuficientes em termos de energia, o que torna o processo produtivo mais resiliente às flutuações do mercado.
Neste sentido, vamos abordar a partir de agora vários fatores que contribuem para promover ainda mais o desenvolvimento do setor sucroalcooleiro. Veja:
– O que é cogeração
– A cogeração de energia no Brasil
– As usinas lideram a cogeração de energia
– Como funciona a cogeração de energia no setor sucroalcooleiro
– Os 8 benefícios mais importantes
– A importância da sustentabilidade na cogeração de energia
– Conclusão
O que é cogeração
A cogeração é um processo que transforma um determinado tipo de energia em mais de uma forma de energia útil (seja ela elétrica, mecânica ou de tração).
Seu conceito é determinado pela Resolução ANEEL 235/2006, Artigo 3º, onde a cogeração significa:
“Processo operado numa instalação específica para fins da produção combinada das utilidades de calor e energia mecânica, esta geralmente convertida total ou parcialmente em energia elétrica, a partir da energia disponibilizada por uma fonte primária”.
Desse modo, a cogeração vem se consolidando como uma solução cada vez mais utilizada pelo setor sucroalcooleiro em todo o mundo, com grande destaque no Brasil, para aumentar a eficiência na produção de açúcar e álcool.
A cogeração de energia no Brasil
A presença destacada da cogeração de energia no Brasil começa desde a criação do PROÁLCOOL, o Programa Brasileiro do Álcool, em novembro de 1975.
Com ele, parte expressiva das usinas sucroalcooleiras brasileiras tornou-se autossuficiente do ponto de vista energético.
Estas usinas passaram a utilizar bagaço da cana-de-açúcar como fonte para geração da energia elétrica que necessitavam para suprir a demanda, proporcionando redução do consumo de combustível, além de aumento da geração de excedentes de eletricidade.
As usinas lideram a cogeração de energia
De acordo com a Associação da Indústria da Cogeração de Energia (Cogen), a cogeração de energia no Brasil conta com 640 usinas, totalizando 19,78 GW de capacidade instalada, o que corresponde a 10,8% matriz elétrica brasileira (182,97 GW).
Isso equivale a 1,4 vezes o total da capacidade instalada da usina hidrelétrica de Itaipu.
Avaliando as fontes disponíveis, observa-se que 61% correspondem à produção de energia movida a biomassa de cana-de-açúcar.
Em segundo lugar, a cogeração movida a gás natural, com 16,1%. O terceiro lugar, com 15,7%, está o licor negro, que é subproduto do processo de tratamento químico da indústria de papel e celulose.
As demais fontes: cavaco de madeira (4,3%) e a cogeração produzida via biogás (1,9%).
Como funciona a cogeração de energia no setor sucroalcooleiro
O processo de cogeração segue o mesmo padrão daqueles onde se empregam turbinas a vapor, no caso das máquinas térmicas.
Ele consiste na queima de bagaço para a geração de vapor nas caldeiras. A partir da alta pressão e saturação, este vapor gira uma turbina acoplada a um gerador. Isso permite que a máquina gere energia e abasteça eletricamente a unidade industrial.
O excedente é exportado através de uma subestação, conectada ao sistema elétrico.
Nesse meio tempo, o vapor proveniente da rotação da turbina sai em baixa pressão, podendo ser utilizado no aquecimento do caldo ou no processo de destilação, caso seja utilizada uma turbina de contrapressão.
Ainda mais, esse sistema possui também uma turbina de condensação que, como o nome sugere, condensa o vapor que sai da rotação da turbina, em um condensador acoplado abaixo dela, fazendo que o vapor seja condensado e possa ser reutilizado.
Os 8 benefícios mais importantes
O setor sucroalcooleiro é um dos principais produtores de energia elétrica no Brasil.
A cogeração de energia representa uma importante ferramenta para aumentar a eficiência energética deste setor. A cogeração de energia proporciona diversos benefícios. Veja os 8 mais relevantes:
- Baixo investimento: comparando com hidrelétricas ou termelétricas, a cogeração requer menos recursos de capital para a geração;
- Redução dos custos: com a cogeração as usinas se tornam autossuficientes energeticamente, reduzindo gastos com energia elétrica;
- Eficiência energética: a cogeração de energia elétrica e térmica permite o máximo aproveitamento da energia gerada;
- Aumento da competitividade: possibilita que as empresas do setor sejam mais competitivas no mercado nacional e internacional;
- Fonte de receita: as usinas têm aumentado a venda de energia, diante da crescente necessidade energética do país;
- Geração de emprego: cria postos de trabalho em toda a cadeia, desde a lavoura, até a usina e terminais de distribuição de energia;
- Evita sazonalidade: hidrelétricas dependem das chuvas para garantir o nível dos reservatórios, fato esse que na época seca é um problema;
- Menor impacto ambiental: redução do desperdício e diminuição de emissões poluentes, com menor consumo de combustíveis fósseis.
A importância da sustentabilidade na cogeração de energia
Desde a década de 1970, o conceito de sustentabilidade tem ganhado força e, hoje, está presente nas discussões sobre o futuro do planeta.
A Organização das Nações Unidas (ONU) define sustentabilidade como “desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades”.
No setor sucroalcooleiro, a sustentabilidade é essencial para assegurar a produção de cana-de-açúcar e melhorar a eficiência na produção de etanol e açúcar.
Nesse sentido, a cogeração de energia é uma importante ferramenta para alcançar a sustentabilidade no setor, uma vez que permite aumentar a eficiência energética e reduzir as emissões de CO2.
Além disso, como toda a biomassa (bagaço) é consumida na cogeração, não há emissões adicionais de CO2 para o meio ambiente – ou seja, a cogeração é uma forma limpa e sustentável de produzir energia.
Por fim, vale ressaltar que a cogeração não é uma solução mágica: ela precisa ser planejada cuidadosamente para atender às necessidades específicas da indústria sucroalcooleira.
Neste planejamento, um dos fatores mais destacados é a escolha correta da caldeira, uma vez que ela é um dos mais importantes vetores da sustentabilidade industrial.
Conclusão
A cogeração é uma das principais soluções para a geração de energia limpa e renovável.
Com o crescimento da demanda por energia, a cogeração se torna cada vez mais importante para o setor sucroalcooleiro, que pode usufruir dos diversos benefícios.
E as caldeiras têm um papel relevante em todo este processo.
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