Caldeiras são equipamentos amplamente utilizados nas indústrias. Elas produzem e acumulam vapor sempre sob elevada pressão (superior à atmosférica). Essa característica exige total atenção técnica, principalmente para evitar problemas, como é o caso de corrosão.
Em caldeiras, ou quaisquer outros equipamentos metálicos, a corrosão é um processo natural, independentemente da usabilidade. No entanto, é preciso adotar algumas medidas que, quando realizadas corretamente, ajudam a prevenir este problema.
Dessa forma, convidamos você a entender quais são as circunstâncias relacionadas à corrosão em caldeiras, mais recorrentes, e as respectivas medidas a serem adotadas para prevenir cada uma delas.
Corrosão em caldeiras: entenda o que é
É comum observarmos desgastes em materiais metálicos. Eles representam a corrosão e ocorrem por meio da porosidade e da cor marrom-avermelhada da peça, conhecida popularmente como “cor de ferrugem”.
A corrosão é um fenômeno natural relacionado à deterioração e perda de material devido a reações químicas e eletrônicas que o metal tem com o meio ambiente. Este é um processo espontâneo que causa alterações nas estruturas dos materiais.
No entanto, a corrosão em caldeiras costuma (e deve) ser motivo de preocupação, principalmente pela possível formação de fissuras e redução da espessura das paredes do equipamento, que, em casos mais sérios, podem causar seu colapso.
Essa preocupação faz sentido porque, nas caldeiras, a corrosão é “silenciosa”, não sendo detectável pelos instrumentos de operação da caldeira. Além disso, os pressostatos e as válvulas de segurança não impedem essas explosões, uma vez que elas não são necessariamente acompanhadas de elevação de pressão de operação.
Circunstâncias da ocorrência de corrosão em caldeiras
A corrosão em caldeiras acontece em várias circunstâncias, ou seja, internamente aos tubos e coletores e externamente aos tubos.
A mais importante destas ocorrências ocorre internamente e é decorrente de problemas quanto ao tratamento de água e pelo aumento da presença de oxigênio e de dióxido de carbono dissolvido. Esse cenário faz com que tubos, coletores e outros itens fiquem internamente corroídos em virtude da desaeração ruim.
Neste caso, vale destacar que as condições atmosféricas são responsáveis pelo surgimento de corrosão na parte externa da caldeira. Esse conjunto de fatores deve ser acompanhado de forma permanente pelo setor industrial para evitar problemas no futuro.
Já externamente aos tubos, a corrosão tende a ocorrer por causa da formação de sais de vanádio que, se tiver óleo no combustível, atuam como catalisadores ao criarem o ácido sulfúrico a partir de SO2.
Em resumo, os motivos principais causadores de corrosão em caldeiras são:
- Depósitos porosos, complexantes ou quelantes;
- Oxigênio dissolvido;
- pH ácido;
- Presença de cobre e níquel, que causam a corrosão galvânica;
- Presença de sólidos suspensos e de gás sulfídrico;
- Hide-out ou ocultamento.
Vale mencionar também que as correntes de fuga e os choques térmicos (em menor grau) são fatores que podem provocar a corrosão nas caldeiras, exigindo a adoção de medidas preventivas, como as apresentadas no tópico seguinte.
Medidas preventivas para evitar ocorrências de corrosão em caldeiras
Dependendo da ocorrência, a corrosão em caldeiras costuma ser inevitável. Mesmo assim, a prevenção ainda é uma necessidade, principalmente para evitar prejuízos mais graves.
Dessa forma, há uma variedade de procedimentos que podem ser empregados para evitar casos de corrosão. Um destes procedimentos relaciona-se aos tratamentos externos das águas de alimentação que abrangem a clarificação dos agentes com equipamentos adequados. Esse procedimento engloba as seguintes ações:
- Retirada da turbidez, cor e gases;
- Remoção da dureza do ferro e do manganês;
- Desmineralização.
A corrosão em caldeiras pode ser evitada também por meio de tratamentos internos, que se baseiam na remoção química do oxigênio pela desaeração com hidrazina e sulfato de sódio, por meio da neutralização de dióxido de carbono.
Além disso tudo, a manutenção periódica e a limpeza das partes da caldeira são essenciais e devem ocorrer dentro das melhores práticas. Especificamente na manutenção, todas as peças devem ser minuciosamente verificadas e, caso seja verificado algum comprometimento por uma ação corrosiva, essa peça deve ser substituída o quanto antes, evitando que outros componentes sejam atingidos.
Com essas ações, evita-se a corrosão em caldeiras de uma maneira bem mais estratégica, adequada e segura.
Neste contexto, é essencial que a higienização do equipamento sempre ocorra de acordo com as indicações do fabricante. Dessa maneira, a caldeira terá uma maior vida útil, por sofrer menos riscos com a corrosão.
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